CASTRO, Amélia Domingues de. A trajetória histórica da Didática, Série Idéias n. 11, São Paulo, FDE, 1991.
SOARES, Magda B. Didática: uma disciplina em busca de sua identidade. ANDE São Paulo, 1985.
Múltiplas
são as teorias e as tendências pedagógicas que perpassam a história. No
entanto, a meu ver, poucas mudanças foram realizadas quando se pensa na
realidade docente. Talvez, um dos motivos que dificulta essa prática docente é
o não esclarecimento da Didática como disciplina substancial na formação de professores,
bem como no desenvolvimento do discente e da comunidade escolar como um todo.
Em
“A Trajetória Histórica da Didática”, Amélia Domingues de Castro traça o
percurso do campo de estudos da Didática desde o século XVII até a atualidade.
Nesse sentido, a autora pontua os objetos de estudo desse campo ao longo do
tempo. Se inicialmente, tem - se por Comênio e Ratíquio a ideia de uma nova
disciplina como “Arte de ensinar tudo a todos” baseado por ideais religiosos,
posteriormente, tem - se o surgimento da linha “metodológica” e da linha de
Rousseau. Sendo a primeira voltada para os processos objetivos e externos ao
sujeito e a segunda que leva em consideração à criança/ aprendiz voltando assim
para suas necessidades. Além dessas linhas, Herbart surge no século XIX
defendendo a concepção de “Educação pela instrução”.
Castro
também trata em seu ensaio a respeito da “Escola Nova” movimento que apresenta
concepções teóricas da necessidade de se atender “às condições da infância”,
utilizando de certo modo de “formas consagradas” e de um discurso de liberdade.
A escritora também ressalta que muitas dessas escolas nos EUA e na Europa e
seus internatos só eram acessíveis para a burguesia do século XX. De qualquer
modo, com todas essas concepções o interesse de Castro não é a de dar pronto e
acabado o que seria o objeto de estudo desse campo aqui tratado. A autora,
apenas nos incita a uma reflexão de que o foco é um ensino que seja capaz de
abarcar o desenvolvimento cognitivo, mas que também envolva as relações humanas
de afetividade.
Numa
perspectiva um pouco diferenciada de Castro, Magda Soares apresenta como objeto
de estudo a “aula”. Para a autora, o foco da Didática tem que estar voltado,
antes de tudo, para a sala de aula, porque é nesse espaço de trocas entre Professor
e aluno que pode surgir questões inesperadas, nos quais os métodos não sejam
capazes de solucionar. O que ambas as escritoras ressaltam em comum é a
dificuldade de dissociar o conteúdo ensinado com o objeto da própria didática.
Portanto, é visível a complexidade de se estabelecer métodos para Didática, uma
vez que ela é interdisciplinar. Mas
apesar disso, é importante que para os professores, as instituições e a
sociedade esteja claro a importância de se levar em consideração tanto a
relação em sala de aula, como também considerar as especificidades sociais e
econômicas de cada aluno no processo de ensino-aprendizagem. E, mais do que apontar o objeto de estudo de
uma determinada disciplina, como no caso a Didática, o professor além de
respeitar os pontos de vista dos discentes e de conhecer determinado conteúdo,
ele tem que ser capaz de transmiti-
*Pollyanna Nunes Ramalho
*Pollyanna Nunes Ramalho
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