Que este amor não me cegue nem me siga E de mim mesma nunca se aperceba. Que me exclua do estar sendo perseguida E do tormento De só por ele me saber estar sendo. Que o olhar não se perca nas tulipas Pois formas tão perfeitas de beleza Vêm do fulgor das trevas. E o meu senhor habita o rutilante escuro De um suposto de heras em alto muro. Que este amor só me faça descontente E farta de fatigas. E de fragilidades tantas Eu me faça pequena. E diminuta e tenra Como só sóem ser aranhas e formigas. Que este amor só me veja de partida. Hilda Hilst Ver: Azougue 10 anos org. Sérgio Cohn. Rio de Janeiro: Azougue Editorial 2004
Neste blog, há textos de aulas que assisti durante graduação em Letras, são contos, poemas, entre outros. "Leituras descontínuas" tem relação com as leituras que faço no dia-a-dia. São leituras de poemas, trechos de livros, pois que não existe continuidade nas leituras: lê-se um livro, uma imagem, um outdoor, um poema, um conto, uma crônica, por isso a descontinuidade. A maior parte dos textos - quando meus, são apenas ficções, sem correspondência exata com a realidade.