segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Tu - Pantera - escura noite!

Tu - Pantera - escura noite!
Largando pêlo na treva
a luz se mescla, amarela, 
e lustra o dorso da serra.

Que sol, girassol de encosta,
moeu seu grão nessa esteira?
Que lua sangrou - te a fronte
ó noite escura - pantera?

Um astro brilha em melaço
orvalho da fome negra
poreja tua língua inerme.

Rompendo, o verde te cega,
o olhar se aquieta em cisternas
e a aurora baixo em teu rastro.


Maria Ângela Alvim