Tu - Pantera - escura noite!
Largando pêlo na treva
a luz se mescla, amarela,
e lustra o dorso da serra.
Que sol, girassol de encosta,
moeu seu grão nessa esteira?
Que lua sangrou - te a fronte
ó noite escura - pantera?
Um astro brilha em melaço
orvalho da fome negra
poreja tua língua inerme.
Rompendo, o verde te cega,
o olhar se aquieta em cisternas
e a aurora baixo em teu rastro.
Maria Ângela Alvim
Nenhum comentário:
Postar um comentário