Ich will die Nacht um mich ziehn als ein warmes Tuch
Mit ihrem weiβen Stern, mit ihrem grauen Fluch,
Mit ihrem wehenden Zipfel, der die Tagkrähen scheucht,
Mit ihren Nebelfransen, von einsamen Teichen feucht.
Ich hing im Gebälke starr als eine Fledermaus,
Ich lasse mich fallen in Luft und fahre nun aus.
Mann, ich träumte dein Blut, ich beiße dich wund,
Kralle mich in dein Haar und sauge an deinem Mund.
Über den stumpfen Türmen sind Himmelswipfel schwarz.
Aus ihren kahlen Stämmen sickert gläsernes Harz
zu unsichtbaren Kelchen wie Oportowein.
In meinen braunen Augen bleibt der Widerschein.
Mit meinen goldbraunen Augen will ich fangen gehn,
Fangen den Fisch in Gräben, die zwischen Häusern stehn,
Fangen den Fisch der Meere: und Meer ist ein weiter Platz
Mit zerknickten Masten, versunkenem Silberschatz.
Die schweren Schiffsglocken läuten aus dem Algenwald.
Unter den Schiffsfiguren starrt eine Kindergestalt,
In Händen die Limone und an der Stirn ein Licht.
Zwischen uns fahren die Wasser; ich behalte dich nicht.
Hinter erfrorener Scheibe glühn Lampen bunt und heiβ,
Tauchen blanke Löffel in Schalen, buntes Eis;
Ich locke mit roten Früchten, draus meine Lippen gemacht,
Und bin eine kleine Speise in einem Becher von Nacht.
Gertrud Kolmar
METAMORFOSES
Quero envolver a noite em mim feito manto quente
com sua estrela branca, com sua maldição cinza,
com sua cauda ao vento afugentando os cantos dos galos,
com suas franjas de bruma úmida dos lagos solitários.
Suspensa na viga rija feito morcego,
caio solta no ar pronta para voar.
Homem, sonhei teu sangue, te mordo, te firo,
me agarro ao teu cabelo, te sorvo a boca.
Acima das torres foscas os cimos do céu são negros.
De seus troncos nus goteja resina vítrea
em taças invisíveis, qual vinho do Porto.
Nos meus olhos castanhos fica a imagem refletida.
Com meus olhos castanhos dourados quero ir à caça
pegar o peixe nas valas que há entre as casas,
pegar o peixe dos mares: o mar é um vasto lugar
com mastros quebrados, argento naufragado.
Os sinos pesados do barco ressoam do bosque de algas.
Entre as carrancas do barco, uma, de criança, se espanta,
nas mãos o limão e na fronte uma luz.
Entre nós, as águas; eu não te guardo.
Atrás da vidraça gelada ardem lâmpadas coloridas,
colheres brilhantes mergulham nas taças, sorvete colorido;
eu fisgo com frutas vermelhas, com lábios de fruta,
eu sou uma pequena iguaria em um cálice de noite
Tradução de Marcus Tulius Franco Morais
Neste blog, há textos de aulas que assisti durante graduação em Letras, são contos, poemas, entre outros. "Leituras descontínuas" tem relação com as leituras que faço no dia-a-dia. São leituras de poemas, trechos de livros, pois que não existe continuidade nas leituras: lê-se um livro, uma imagem, um outdoor, um poema, um conto, uma crônica, por isso a descontinuidade. A maior parte dos textos - quando meus, são apenas ficções, sem correspondência exata com a realidade.
Olá! Que língua é essa?
ResponderExcluir