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Mostrando postagens de maio, 2015

Altas horas

Há tantas noites, pairam meus pensamentos sobre as montanhas ogivais deste lugar e se adentram espectralmente através das três faces da cidade: a adormecida, a acesa e a fantasmagórica. Há tantas noites, eles seguem a imaginar os corpos esticados enredados na trama dos lençóis. Há tantas noites, eles abandonam o meu corpo tão desfeito e fluem em direção a cifra dos segredos... Além deles... Quantos seres adormecem solitários engolfados   no próprio desejo de encerramento? Nas covas da imensa escuridão, quantos corpos se enterram ou quantas mulheres se debatem à luz de uma nova vida? Em quantas ruas ou becos se embalam seres transfigurados em restos de lixo? Seres que seguem como  fantasmas entregues a eterna convalescença. Por um lance de minutos, eles pairam novamente... e eu não quero ir mais contra – que fiquem então ao meu lado, que me façam ver o espelhamento do dia –   meus pensamentos. E eles retornam através da descontinuidade e de um...