O sol me encarava e eu sabia que ele era apenas o fogo que queimava meus lábios pouco a pouco e me fazia sentir que eu não poderia ser mais nada do que isso. Hipocrisia seria dizer que isso é muito, pois é tão pouco. Talvez, não haja arte alguma na vida ou arte é a vida em inconstante encenação, mas nada disso faz diferença, porque sempre estremeço diante dela. O amor, eu nunca entendi - a palavra, presa em seu labirinto de significações, como o sol não tateável que nunca se apreende. Mas a impossível luz se faz necessária, como o frescor do dia a iluminar a solidão de um bem-te-vi num coreto vazio.
Neste blog, há textos de aulas que assisti durante graduação em Letras, são contos, poemas, entre outros. "Leituras descontínuas" tem relação com as leituras que faço no dia-a-dia. São leituras de poemas, trechos de livros, pois que não existe continuidade nas leituras: lê-se um livro, uma imagem, um outdoor, um poema, um conto, uma crônica, por isso a descontinuidade. A maior parte dos textos - quando meus, são apenas ficções, sem correspondência exata com a realidade.