sábado, 29 de dezembro de 2012

O poema

O poema é uma pedra no abismo,
O eco do poema desloca os perfis:
Para bem das águas e das almas
Assassinemos o poeta.

Mario Quintana (O aprendiz de feiticeiro)

Sempre

Jamais se saberá com que meticuloso cuidado
Veio o Todo e apagou os vestígios de Tudo
E
Quando nem mais suspiros havia
Ele surgiu de um salto
Vendendo súbitos espanadores de todas as cores!

Mario Quintana ( O aprendiz de feiticeiro)

O dia

O dia de lábios escorrendo luz
O dia está na metade da laranja
O dia sentado nu
Nem sente os pesados besouros
Nem repara que espécie de ser... ou deus... ou animal
                          [é esse que passa no frêmito da hora
Espiando o brotar dos seios.

Mario Quintana (O aprendiz de feiticeiro)

Lua perdida

Lua perdida
nos muitos cantos do mundo
assombrando os sonhos.

Às vezes adormecida
no rastro vermelho do sol.

Junto  com a trama
secreta do destino
acorda seu nome
acorda também seus pássaros
e à noite seus mistérios.

Pollyanna Nunes Ramalho 2008